Blog Z
São Leopoldo promove conscientização sobre Síndrome de Down
Combater o preconceito com
informação. Com esse intuito, governo, educadores, pais e sociedade se
reuniram durante toda a terça-feira, 20, na Conferência sobre
Conscientização da Síndrome de Down, no auditório da escola Maria Gusmão
Britto. A ação foi promovida pelo Núcleo Municipal de Educação em Saúde
Coletiva (Numesc) da Secretaria da Saúde com apoio de entidades.
Na parte da
manhã foi rodado o filme Filho Eterno, precedido por debate com mães e
psicólogas. O momento de maior comoção foi o depoimento de Matheus Rocha,
26 anos, atleta de Taekwondo, que conquistou medalhas em torneios
internacionais. Morador de Caxias do Sul, o jovem emocionou a todos ao recordar
as dificuldades que teve para ser socialmente aceito sem discriminação. “A
gente se sente invisível”, recordou. Hoje o competidor exibe no peito as
medalhas conquistadas no Brasil e no mundial dos Estados Unidos. Orgulho de
quem foi o primeiro brasileiro down a disputar o mundial.
Presente no
encontro, a vice-prefeita Paulete Souto parabenizou Matheus e falou das
dificuldades estruturais que precisam ser enfrentadas. “Vivemos em tempos de
retirada dos direitos, de corte de verbas. Isso atinge diretamente iniciativas
de inclusão. Eu, como educadora, sei bem o que é combater o preconceito. Por
isso a necessidade desses debates, do diálogo e da troca de ideias”, salientou.
O secretário da
Saúde Ricardo Charão falou da importância da cidade colocar o assunto em pauta.
“A primeira conferência sobre o tema realizada em São Leopoldo tem esse
objetivo: difundir o conhecimento e eliminar qualquer forma de preconceito.
Nós, como gestores públicos, temos muito a crescer com os pais e os
profissionais”, ressaltou.
Representante
da Associação dos Familiares e Amigos do Down do 21, Daiani Dias, mãe da Luiza,
2 anos, frisou que a Síndrome de Down não é doença e, portanto, não pode ser
tratada com coitadismo. “A pessoa é um indivíduo com sonhos, desejos e
necessidades. Eles tem opinião e devem ser tratados como cidadãos”, destacou.
Daiani reforçou que a falta de informação é o maior obstáculo para a inclusão.
“As pessoas não sabem como lidar com o down e com seus pais. Isso acarreta uma
série de problemas”.
Na sequência,
foram ministradas duas palestras. A primeira sobre a importância do estímulo
precoce e a última, que encerrou o evento, sobre acolhimento na família e no
trabalho.
Saiba mais
A síndrome de
Down é uma alteração genética produzida pela presença de um cromossomo a mais
no par 21. Portanto, é errado tratar a alteração como doença. Referir-se de
forma correta a pessoas ou grupo de pessoas é importante para enfrentar
preconceitos, estereótipos e promover a igualdade. As pessoas com Síndrome de Down
têm maior probabilidade de apresentar questões médicas. Por isso necessitam ter
um acompanhamento diferenciado.
Foto: Romeu
Finato