A obra lembra um diário, porém, sem o compromisso de datas e fatos registrados sobre sua vida e acontecimentos sobre a cidade e o País. Com passagens simples, algumas provocativas e outras profundas, o dentista aposentado, que foi vice-prefeito e chefe de Gabinete de Ivoti, escreveu ao longo de muitos anos. Decidiu publicar seus registros com o compromisso de lembrar que "ficar velho é estrada pedregosa". No entanto, contempla os novos tempos ao ver que "mais uma geração no barco da vida [que] entra nele com alegria". A obra foi feita com o envolvimento de inúmeros familiares: a organização, a apresentação e a foto da capa ficaram a cargo da filha Simone Mundstock Jahnke, que registrou em fotos os trabalhos da mãe Laís Helena Bruck Mundstock. A foto do autor foi feita pela neta Maiara, a digitação e revisão foram feitas pela neta Teane e pelo genro Edson Jahnke.

O resgate histórico dos acontecimentos do nosso distrito se deve principalmente às conversas que tive com os moradores mais antigos, muitos deles que infelizmente já partiram de nossos convívios e outros que ainda vivem. As conversas, com uma riqueza de relatos, fizeram, além de complementar o seu conteúdo, despertar ainda mais a curiosidade e a busca pelo embasamento histórico. As fotografias antigas, guardadas com muito apreço, e apresentadas por eles, ilustram esta obra com as dificuldades, os lazeres, os familiares, as arquiteturas de época, os eventos e a rotina de nossos ancestrais. Contrastando as grandes mudanças do passado, não tão distante, com a rotina atual. As documentações antigas (escrituras, registros civis, inventários, documentos religiosos, leis, mapas etc.) acrescentaram e comprovaram diversos relatos históricos de nossos moradores. A somatória de todos esses arquivos, juntamente com a organização esquemática dos fatos, tornou possível a edição desta obra, iniciando-se pelo processo de titularizada de terras do governo para as famílias de origem cabocla, no final do século XIX, e uma parte também para a empresa da companhia ferroviária, seguindo para a apresentação das famílias de posseiros do atual distrito de Lourdes e mediações. Também são abordados o processo de divisão das grandes glebas em colônias e suas revendas às famílias de colonizadores e de colonos, juntamente com o desenvolvimento comercial, religioso e agrícola da região do distrito.